sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Tinha aprendido.

Sem conseguir dormir, divagara...
Havia, então, recém percebido que o homem era de longe o mais improvável, mas de perto, eram talvez dele a afeição e o amor mais sinceros que possuía.
Quanto ao amor, do qual não obtivera resposta direta, havia sinceridade; no ato de silenciar-se, ele se mantivera, em todo o tempo, sem mentiras.
Quanto à afeição, disso não haviam dúvidas. Ele jamais olhara em seus olhos e jurara afeto, melhor, mostrava-o todos os dias com aquele olhar profundo e gentil, com os sorrisos desajeitados e um tanto acanhados, mesmo depois que ela, na inocência de sua paixão, cometia bobagens. Provava, porque mesmo tendo motivos para fazê-lo, jamais ousara dirigir a ela uma palavra rude, ou aumentar o tom sequer.
Ao contrário do que ela, até então, se esforçara para aceitar, algumas das pessoas que diziam amá-la e em quem ela deveras confiava, não se preocupavam em demonstrar tal amor e, desde algum tempo, nem mesmo o diziam.
Durante algum tempo, só fizeram o que parecera o oposto. Percebera que era hora de crescer, que certas pessoas jamais usariam uma outra chance para algo além de errar mais uma vez. Tinha aprendido. Cansou-se, crescer tomara de si muita energia. 

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